A eleição de Lula e a derrota de Bolsonaro foi a maior vitória democrática desde o fim da ditadura militar. A unidade da esquerda e das forças democráticas foi essencial para barrar o fascismo e o autoritarismo no país. Ao mesmo tempo, os ataques golpistas de 8 de janeiro mostraram que o bolsonarismo continua vivo e disposto a ameaçar a democracia brasileira.
Com a eleição de Tarcísio Freitas, o governo de São Paulo se tornou um refúgio para os bolsonaristas desalojados de Brasília. O estado é parte central da reorganização da extrema-direita no Brasil e, por isso, Tarcísio não esconde a que veio: sua prioridade é privatizar a SABESP, retroceder ainda mais nos direitos dos servidores públicos, das mulheres e da comunidade LGBT, desmontar o sistema ambiental paulista e avançar na violência contra a população negra e da periferia.
A oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo terá a tarefa de barrar esses retrocessos junto com a resistência do povo. As forças populares e democráticas que se uniram para eleger Lula precisam continuar mobilizadas para derrotar a extrema-direita no estado e no país.
Por isso, a ALESP não pode estar na mão do bolsonarismo e ser refém do governo Tarcísio. O Legislativo precisa cumprir seu papel independente, fiscalizador e propositivo em relação ao governo estadual, compromissado apenas com a defesa dos direitos do povo que nos elegeu e dos serviços públicos do estado.
A bancada do PSOL não votará em nenhuma candidatura ligada ao governo Tarcísio e ao bolsonarismo para a presidência da ALESP. Para nós, o combate à extrema-direita segue sendo prioridade no Brasil e em São Paulo. Não assinaremos embaixo de uma candidatura que vai facilitar a privatização da SABESP, defender a anistia aos golpistas e manter a ALESP subordinada ao governo estadual. A oposição não pode votar no partido de Bolsonaro.
Queremos construir coletivamente um programa e uma candidatura independentes do governo Tarcísio e comprometidos com a defesa intransigente da democracia, dos serviços públicos e dos direitos do povo de São Paulo. Fazemos esse chamado a todos os partidos e parlamentares da oposição e do campo democrático. Não há pactuação possível com aqueles que ameaçam a democracia e a liberdade no Brasil.
Bancada do PSOL na ALESP
Carlos Giannazi
Ediane Maria
Guilherme Cortez
Mônica do Movimento Pretas
Paula da Bancada Feminista